Two tourists in love

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Dia 04 - Dois turistas apaixonados (11 de Junho)

Não tem nada de errado. O problema são as feridas mal cicatrizadas da alma que nos impedem de continuar

Ninguém dormiu noite passada, estavam relembrando os momentos especiais do dia, a troca sentida na pele, de cada gosto novo que o corpo sentiu, das diferentes sensações que dividiram, não poderiam dormir com a possibilidade de que ao acordarem esquecessem algum detalhe.

Tenho que concordar com eles, você não?

Decidiram que uma ligação seria mais eficaz para a saudade botendo no peito. Ocupado, ligaram ao mesmo momento. Suas mentes criativas começaram a criar estórias e roteiros do porquê estava ocupado. Miguel conseguiu.

— Oi! uma respirção agitada podia ser sentida do outro lado da linha

— Oi! E uma pausa ansioda pairou no ar, e agora? O que dizer?

— Você…

— Pensei… riram juntos, porque estava virando um hábito essa quebra na fala dos dois.

— Vamos falar juntos? Sugeriu Lia, Miguel concordou.

— Quer passar o dia comigo?

— Quer passar o dia comigo? O silêncio surpreso dos dois deixava esses momentos ainda mais cómico.

— Vou te passar meu endereço, você me pega aqui? Lia ainda de pijamas.

— Pode ser, qual o plano? Lia poderia sentir o sorriso de Miguel ao telefone.

— Sem planos, apenas momentos. Sorrio fechando os olhos.

— Gosto dessa ideia, beijo! A ansiedade pela resposta durou pouco.

— Beijo…

Dois adultos rindo feito bobos, um de um lado, um do outro, eu e você não é mesmo.

O dia estava especial para receber o amor que estava crescendo na cidade, céu azul e árvores que floreceram ontem, deixando um rasto de perfume intenso, trilha sonora com ajuda do vizinho, Cigarettes after Sex, como não poderia ser o destino.

Zzzz do telefone, mensagem do Miguel. Estou aqui embaixo…

Zzzz nova mensagem do Miguel. Vem logo tô com saudades… Lia se não estava apaixonada eu já estaria. Mas, vamos com calma, como tudo até agora, certo?…

— Oi! Lia não conseguiar parar de sorrir e não poderia ter escolhido melhor momento para dizer: Eu também, gosto de você. Mais do que gostaria e mesmo sendo muito clichê é verdade.

— Você está linda! E quer moer esse pobre coração com essa declaração. Miguel gentilmente se aproximou, a pegou pela cintura e lhe abraçou, um abraço que nenhum dos dois gostaria de encerrar.

— Vamos? Abrindo a porta para Lia que ainda estava sorrindo.

Durante a viagem ficaram em silêncio, ao embalo daquela playlist do parque, apenas desfrutando do momento, admirando um ao outro.

— Eu quero te mostrar meu novo projeto, você quer ver?

— Claro que quero! Você já leu meu trabalho eu tô curiosa pra ver o que você faz.

— Então se prepara pra conhecer meus pais. Dizia sorrindo.

— Uhm! Estamos nesse nível. Se entreolharam sorrindo.

— Por favor! Miguel abril a porta estendendo a mão para Lia descer. - Tá tudo bem?

— Não achei que fosse ficar nervosa. Devo me preocupar, me preparar para alguma pergunta?

— Não, fica tranquila. Vamos? Lia concetiu com a cabeça e um semblante assustado, enquanto Miguel ria da situação. Deram as mãos até a entrada do escritório, Lia tomou a iniciativa derretedo o coração de Miguel.

—O que faz aqui? Não é seu dia de folga? Perguntou Jorge surpreso

— Eu quero que conheça uma pessoa importante pra mim! Acenou para Lia entrar.

— Bom dia! Prazer, Lia!

— O prazer é meu Lia! Miguel só poderia ter me avisado que viria para prepararmos algo.

— Não se preocupe só estamos de passagem, mas obrigada!

— Vou mostrar para ela meu novo projeto, nos dê licença! Já arrastando ela para dentro de sua sala.

— Olha! Miguel apontava pra uma folha grande e algumas imagens. É um condomío completo! Casas, prédios, parque, comércio… O que achou?

— Que você pode ser o próximo Niemeyer! Sem brincadeira!

— Sei que está exagerando porque gosta de mim, mas eu gostei do elogio. Ele enchia a boca pra falar aquilo.

— Ah! Seu bobo. Ela deu um soquinho no ombro dele que lhe deu um beijo surpresa, estava muito bom até o estômago dos dois darem sinal de que falta comida, kkk; Cairam na gargalhada.

— Tá com fome? Lia sorrio porque era uma retórica com toda certeza.

Foram para o café do reencontro.

— Vamos pegar a mesma mesa? Miguel estava empolgado.

— Vamos, claro! Se for possível… Conseguiram.

Fizeram seus pedidos de uma maneira que pudessem comer um pouquinho um do outro.

— Então!… eu tenho uma pergunta.

— Pode mandar! Miguel disse firme

— Você disse que a muito tempo o seu coração não sentia nada, fiquei me perguntando o porque?

O rosto antes sereno agora estava tenso. Ele ficou serio e de cabeça baixa disse:

— Não é o momento pra falar sobre isso.

— É que quando uma relação está sendo construída… Miguel a interompeu

— Não é a hora, por favor respeita minha decisão. Sua voz estava mais forte

— Claro, claro! Acho que foi um pouco rude da minha parte, me desculpa. Mesmo chateada Lia entendeu que deve ter sido algo muito sério para deixar Miguel incomodado.

— E você, porque não queria se envolver comigo? Deu um sorriso para tirar um pouco do mal estar que deixou

— Eu, não… Na verdade sou muito fechado com sentimentos e emoções. Mas, basicamente era um relacionamento abusivo e fiquei muito ferrida… tanto emocial como fisicamente…

— Sinto, muito! De verdade. Miguel pegou sua mão. Espero que eu posso te ajudar a curar um pouco dessas feridas.

— Você já está. sorriu gentilmente

Saindo do café decididam andar de bicicleta no parque. Ainda era cedo e o dia estava lindo demais para ficarem presos no trânsito.

Miguel estava se sentindo incomodado, não estava tão sorrindente e Lia percebeu. Diminuiu a velocidade e parou debaixo de uma árvore, ele veio logo atrás e pronto pra falar.

— Me desculpa? disse envergonhado

— Não precisa se desculpar, eu entendo. Lia largou a bicicleta e foi até ele.

— Eu fui muito grosso, me desculpa. Lia lhe deu abraço, forte e demorado….

— Vamos ver alguns antiquários? seus olhos lagrimeando, esmagaram o coração dela.

— Quem chegar por último vai ter que encontrar um presente especial. Lia correu de volta pra bicicleta e os dois correram até a entrada.

Passarrm em frente a alguns, mas nenhum parecia interessante. Quando viram um lugar bem pequeno no fim da rua, decidiram entrar. Tinha uma jukebox logo na entrada e os dois empolgados colocaram para funcionar, começou a tocar Don´t Worry Baby. Começaram a explorar os corredores e quanto mais andavam mais encontravam o que ver.

Escutaram disco dos Beatles, Elvis, Lionel, Michael Jakson se tivessem mais horas mais uns dez. Mas, os dois estavam com fome e correrão atrás de um hamburgão depois sentarão na calçada com casquinha de sorvete e voltaram a conversar.

— Eu quero pedir desculpas por hoje mais cedo, não quis ser incoveniente. Lia percebeu que não devia ter feito aquela pergunta.

— Ela se foi. Miguel apressadamente respondeu. Mas, Lia não tinha entendido completamente. -Alguns dizem que se ela estivesse aqui, iria querer me ver feliz…

Agora, tudo fazia sentido, todas as barreiras, a pressa de viver e dizer o quanto sente. Lia não julgaria seu sofrimente jamais.

Ela pegou sua mão, apertou forte e segurando firme levou até o coração.

— Sei que juntos podemos superar nossa dor, medos e buscar a felicidade novamente,…. você aceita? as lágrimas escorreriam pelo rosto de Miguel.

— Aceitar o que?

— Fazer isso juntos? com choro soluçado ele afirmou que sim com um sorriso.

Miguel foi deixar Lia em casa, a viagem foi silênciosa, com respirações profundas, breves olhares e aperto de mãos consistente.

— Obrigada pela tarde incrível. Você foi maravilhosa, como sempre. Ele agarrou Lia em um abraço que prometia durar o resta da tarde e ela não se importaria nem um pouco…….

— Quero te fazer um convite. Amanhã vai ter um Sarau onde eu trabalho. Quero muito que você vá. Lia aguardou uma resposta, mas Miguel ainda estava abalado com as conversas do dia e apenas sorria lhe dando outro abraço.

Lia ficou apreensiva, estava com medo de ter estrago algo bom que aconteceu em sua vida depois de tudo o que passou. Estava pensando que tinha perdido Miguel para sempre.

— Posso te ligar mais tarde?

— Vou esperar pra escutar sua voz. E, pensa com carinho no meu convite, preparei uma surpresa.

— Me fala, o que é? Ele começou a fazer cócegas em Lia pra ela falar, mas não deu muito certo, porque la não sente cócegas.

— Vai descobrir se aparecer por lá. Lia estava sorrindo e queria um beijo de despedidade, mas Miguel lhe deu um beijo na testa e se despediram.

Mais uma vez decepcionada, pensava ela na entrada do prédio. O que tem de errado comigo? Se perguntava, mas só tinha mais dúvidas, mais perguntas, mais porquês….

Day 04 - Two turists in love (11 June)

There's nothing wrong. The problem is the poorly healed wounds of the soul that prevent us from moving on

No one slept last night, they were remembering the special moments of the day, the exchange felt on their skin, of each new taste their bodies felt, of the different sensations they shared, they couldn't sleep with the possibility that when they woke up they would forget some detail.

I have to agree with them, don't you?

They decided that a phone call would be more effective to get the longing out of their chest. Busy, they called at the same time. Their creative minds began to create stories and scripts about why he was busy. Miguel managed it.

— Hi! A heavy breathing could be felt on the other end of the line

— Hi! And an anxious pause hung in the air, what now? What to say?

— You...

— I thought... They laughed together, because this break in their speech was becoming a habit.

— Let's talk together? Lia suggested, Miguel agreed.

— Do you want to spend the day with me?

— Do you want to spend the day with me? The surprised silence between the two made these moments even more comical.

— I'll give you my address, can you pick me up here? Lia still in her pajamas.

— Okay, what's the plan? Lia could feel Miguel's smile on the phone.

— No plans, just moments. I smile, closing my eyes.

— I like that idea, kiss! The anxiety for the answer didn't last long.

— Kiss...

Two adults laughing like idiots, one on one side, one on the other, me and you, right?

The day was special to welcome the love that was growing in the city, blue sky and trees that bloomed yesterday, leaving a trail of intense perfume, soundtrack with the help of the neighbor, Cigarettes after Sex, how could it be otherwise.

Zzzz on the phone, message from Miguel. I'm down here...

Zzzz new message from Miguel. Come on, I miss you... Lia, if I wasn't in love, I would be already. But let's take it easy, like everything so far, okay?...

— Hi! Lia couldn't stop smiling and couldn't have chosen a better moment to say: I like you too. More than I would like and even though it's very cliché, it's true.

— You look beautiful! And you want to break this poor heart with that declaration. Miguel gently approached, grabbed her by the waist and hugged her, a hug that neither of them wanted to end.

— Shall we go? He opened the door for Lia, who was still smiling.

During the trip, they were silent, to the rhythm of that playlist from the park, just enjoying the moment, admiring each other.

— I want to show you my new project, do you want to see it?

— Of course I do! You've already read my work, I'm curious to see what you do.

— Then get ready to meet my parents. He said, smiling.

— Uhm! We're at that level. They looked at each other, smiling.

— Please! Miguel opened the door, extending his hand for Lia to come down. - Is everything okay?

— I didn't think you'd be nervous. Should I worry, should I prepare for any questions?

— No, don't worry. Let's go? Lia nodded with a frightened expression, while Miguel laughed at the situation. They held hands until they reached the entrance to the office, Lia took the initiative, melting Miguel's heart.

— What are you doing here? Isn't it your day off? Jorge asked, surprised.

— I want you to meet someone important to me! He waved for Lia to come in.

— Good morning! Nice to meet you, Lia!

— It's my pleasure, Lia! Miguel could only have told me he was coming to prepare something.

— Don't worry, we're just passing through, but thank you!

— I'm going to show her my new project, excuse us! He was already dragging her into his office.

— Look! Miguel pointed to a large sheet of paper and some images. It's a complete condominium! Houses, buildings, park, shops... What did you think?

— That you could be the next Niemeyer! No kidding!

— I know you're exaggerating because you like me, but I liked the compliment. He was talking a lot when he said that.

— Oh! You idiot. She punched him on the shoulder and he gave her a surprise kiss. It was really good until their stomachs started to tell them they were running out of food, lol; They burst out laughing.

— Are you hungry? Lia smiled because it was definitely rhetorical.

They went to the reunion café.

— Shall we get the same table? Miguel was excited.

— Of course! If possible... They did it.

They ordered in a way that they could eat a little bit of each other.

— So!... I have a question.

— Send it in! Miguel said firmly

— You said that your heart hadn't felt anything for a long time, I wondered why?

His face, which had been serene, was now tense. He became serious and, with his head down, said:

— This isn't the time to talk about this.

— It's just that when a relationship is being built… Miguel interrupted her

— This isn't the time, please respect my decision. His voice was stronger

— Of course, of course! I think it was a little rude of me, I'm sorry. Even though Lia was upset, she understood that it must have been something very serious to make Miguel uncomfortable.

— And you, why didn't you want to get involved with me?

He smiled to take away some of the discomfort he left

— I, no… Actually, I’m very closed off to feelings and emotions. But, basically, it was an abusive relationship and I was really hurt… both emotionally and physically…

— I’m so sorry! I really am. Miguel took her hand. I hope I can help you heal some of those wounds.

— You’re already there. He smiled gently

Leaving the café, they decided to ride their bikes in the park. It was still early and the day was too beautiful to be stuck in traffic.

Miguel was feeling uncomfortable, he wasn’t smiling that much and Lia noticed. She slowed down and stopped under a tree, he came right behind her and was ready to talk.

— Excuse me? he said embarrassed

— No need to apologize, I understand. Lia put down the bike and went to him.

— I was very rude, I’m sorry. Lia gave him a hug, strong and long…

— Shall we go see some antique shops? Her eyes, tearing up, crushed her heart.

"Whoever gets there last will have to find a special gift." Lia ran back to her bike and the two of them ran to the entrance.

They passed by a few, but none of them seemed interesting. When they saw a very small place at the end of the street, they decided to go in. There was a jukebox right at the entrance and the two excitedly turned it on, and Don't Worry Baby started playing. They started exploring the aisles and the more they walked, the more things they found to see.

They listened to records by the Beatles, Elvis, Lionel, Michael Jackson, if they had more hours, another ten. But, they were both hungry and ran after a big burger, then sat on the sidewalk with an ice cream cone and went back to talking.

-- I want to apologize for earlier today, I didn't mean to be inconvenient. Lia realized she shouldn't have asked that question.

-- She left." Miguel answered hurriedly. But, Lia hadn't completely understood. -Some say that if she were here, she would want to see me happy…

Now, everything made sense, all the barriers, the rush to live and say how much she feels. Lia would never judge her suffering.

She took his hand, squeezed it tightly and holding it tightly, she brought it to her heart.

—I know that together we can overcome our pain, our fears and seek happiness again,…. do you accept? The tears streamed down Miguel's face.

—Accept what?

—Do this together? With a sob, he said yes with a smile.

Miguel went to drop Lia off at home, the trip was silent, with deep breaths, brief glances and firm handshakes.

—Thank you for the incredible afternoon. You were wonderful, as always. He grabbed Lia in a hug that promised to last the rest of the afternoon and she wouldn't mind one bit….

—I want to invite you. Tomorrow there will be a soiree where I work. I really want you to go. Lia waited for an answer, but Miguel was still shaken by the day's conversations and just smiled, giving her another hug.

Lia was apprehensive, she was afraid of ruining something good that had happened in her life after everything she had been through. She was thinking that she had lost Miguel forever.

— Can I call you later?

— I'll wait to hear your voice. And, think carefully about my invitation, I've prepared a surprise.

— Tell me, what is it? He started tickling Lia to make her talk, but it didn't work very well, because she doesn't feel ticklish.

— You'll find out if you show up there. Lia was smiling and wanted a goodbye kiss, but Miguel kissed her on the forehead and they said goodbye.

Disappointed once again, she thought at the entrance to the building. What's wrong with me? She wondered, but she only had more doubts, more questions, more whys...

Beijim 💋